domingo, 18 de abril de 2010

Relacionamento entre líder e liderado

“Santifica-os na verdade a tua palavra é a verdade”. (Jo 17:17).
Vivemos em um tempo de poucos referenciais realmente dignos de serem imitados no que se refere ao relacionamento entre líderes e liderados. Quando olhamos para a igreja percebemos muita disputa contenda divisões e ressentimentos na caminhada da liderança evangélica. Mas como podemos reverter esse quadro?
Podemos buscar entendimento na Palavra de Deus na revelação e toque do Espírito Santo. À medida que essa Palavra penetrar profundamente nossos corações com os padrões e princípios de Deus mudanças ocorrerão e seremos mais felizes em nossa caminhada ministerial. Assim quero convidá-lo a observar comigo cinco lições sobre o relacionamento entre líder e liderado segundo a prática vivenciada por Jesus e os apóstolos.
1. Relacionamento de amor
Você está lembrado quem era chamado de discípulo a quem Jesus amava? Certamente veio em sua mente o nome de João correto? Mas a segunda pergunta que faço é: quem disse isso? Se você parar de ler por um momento e refletir é muito provável que tenha dificuldades em se lembrar. Pois aqui está uma grande surpresa. Quem falou isso foi o próprio discípulo. Confira lendo os textos Jo 13.2319.2620.221.720. Mas o que isso significa? João não era o único a quem Jesus amava mas sua percepção do amor de Jesus era tão grande que o fez se identificar desse modo. Aqui temos a primeira lição. A base do relacionamento entre líder e liderado deve seguir o padrão do amor percebido entre Jesus e João.
2. Relacionamento Cristrocêntrico
Vivemos dias de grande barateamento do evangelho. Muitos retiram das escrituras somente aquilo que traz bem-estar. É certo que Deus é bondoso e generoso mas a essência do evangelho é tão somente Jesus Cristo. A pregação antropocêntrica (focada na pessoa) deve ser mudada para ter Jesus Cristo no centro. Seu amorsua graçasua vontadeseus planosseu padrão de vidasua santidade enfim devemos ter este eixo em nossa pregação e nosso relacionamento líder e liderado. O apóstolo Paulo dá grande ênfase neste foco ao desejar que Cristo seja formado em seus discípulos (Gl 4.19)pois afinal podemos correr o risco de termos uma fé completamente vã se Jesus não for o centro (1 Co 15.17).
3. Relacionamento de fidelidade
O discurso corrente deste mundo moderno valoriza a individualidade ao extremo. “Minha” visão“meu” chamamento“minha” unção são apenas algumas expressões que podem indicar o quanto estamos influenciados por essa mentalidade. Sigo “meu” líder somente até quando for conveniente partindo para seguir “meu” caminho. A base bíblica do relacionamento deve ser a aliança. A atitude decorrente deve ser a fidelidade. Pois afinal somos nós pelo Reino. Jesus valorizou o servo bom e fiel (Mt 25.21) pela obediência e cumprimento de suas orientações. Jesus requisita fidelidade pois ele foi fiel em seu propósito. Assim também deve ser o relacionamento líder e liderado como um só corpo e família.
4. Relacionamento de serviço
Jesus deixou muito claro que no padrão da Nova Aliança o objetivo de líder era servir (Mt 20.26-28). O liderado deveria seguir esse padrão sempre servindo. Uma comunidade onde todos servem ninguém passará necessidades de nenhuma natureza. Quando o líder ou o liderado exigem serviços para si o relacionamento começa a complicar. A maior expressão da liberdade é servir sem a obrigação de fazê-lo (Gl 5.13). Se formos verdadeiramente livres serviremos com alegria nos dons e talentos que recebemos de Deus. Se não servimos precisamos de libertação em nossos corações.
5. Relacionamento de modelo de vida
Talvez nesta lição tenhamos o maior desafio de todos. Há muito já não se aceitam líderes que pregam com palavras conteúdos diferentes do que vivem. Alguém disse “não consigo ouvir o que você diz pois suas atitudes falam mais alto”. O apóstolo Paulo desafiou e orientou seus liderados a imitarem seus procedimentos (2 Tm 3.101 Co 4.1611.1). É assim mesmo. Nosso relacionamento transmite nosso modelo de vida. Não significa que o líder deva ser perfeito. Aliás à medida que o liderado cresce espiritualmente igualmente poderá influenciar seu líder nas áreas que consegue andar no padrão de Cristo. Nessa caminhada de imitação ambos tem o maior modelo de todos: Jesus Cristo.
Ao observarmos essas lições com nossos corações abertos com a ministração do Espírito Santo subiremos novos padrões nos relacionamentos líder e liderado. Deixe-se influenciar por essas verdades. Somente assim seremos mais felizes em nossa caminhada ministerial.
Na benção!!!

domingo, 4 de abril de 2010

O líder e a vontade de desistir

Uma das mais fortes tentações que um pastor ou líder tem em sua jornada é a vontade de desistir. Quantas vezes isso já não deve ter passado pela sua cabeça? Creio que todos os líderes, de fato, vivem este tipo de experiência. Podem até não declarar publicamente mas, lá no seu íntimo, isso já deve ter sido uma opção pensada. Como podemos lidar com esta possibilidade quando ela parece ser a saída mais honrosa para um tempo de lutas? Como lidar de forma sábia com a vontade de desistir? Sugiro algumas ações:

Examine sua saúde, veja se esta reação não está ligada ao seu estado físico ou mental. Às vezes, você precisa de descanso, férias, uma mudança de rotina ou de ritmo. Lembre-se: você é um ser humano, não uma máquina e mesmo as máquinas têm limites.

Examine seu coração, observe se esta vontade de desistir não está ligada a questões e reações repetitivas, ligadas a problemas do passado, mas que em seu interior ainda não foram resolvidos e assentados em sua alma. Sempre é tempo de buscar restauração.

Examine seu espírito, veja se há pecado dominando a sua vida, se sua comunhão com o Senhor encontra-se em baixa e qual o motivo para isso; avalie onde está a visão que lhe impulsionava antes, e aonde ela foi parar, e o que a minou; reflita se você está dando ouvidos a alguma mentira diabólica. Ele adora nos fazer desistir dos sonhos de Deus para nós.

Procure o apoio de pessoas positivas, de fé, sinceras e maduras que sejam capazes de ajudar você a avaliar a situação de forma segura, ampla e sem falsidade. Peça a oração dos irmãos e invista tempo em oração, cultive uma comunhão mais íntima com Jesus. Na luz do Senhor vemos a luz, por isso derrame a sua vida diante de Deus, faça boas leituras que lhe ajudem a pensar na situação de maneira mais clara.

Em resumo, não tente levar a carga sozinho. Procure ajuda, não se fixe somente na idéia de desistir, estudando as opções existentes e as possíveis, à luz de tudo aquilo que Deus lhe mostrar em meio a todas as ações acima sugeridas.

Como líder, você sempre estará propenso a situações de pressão intensa, e a vontade de desistir muitas vezes parecerá a saída, mas se há um momento em que devemos ser muito criteriosos ao tomar decisões é exatamente quando estamos sobre forte pressão.

Muitas vezes a sua grande vitória, a grande virada, está a apenas um passo antes da desistência. Talvez você já esteja em vias de alcançar a vitória sonhada e aí você para e desiste. Não faça isso. Deus lhe chamou para completar a corrida. “Desista” apenas quando você tiver todas as certezas possíveis e, ainda assim, pare e pergunte: é isso mesmo que Deus deseja para mim hoje? Se a vontade de Deus for que você pare, não será uma desistência, mas uma mudança estratégica.

Antes de encerrar, vale lembrar que existem momentos em que nós precisamos de fato nos retirar, mas não desistir. Às vezes o nosso tempo em determinado contexto já se findou de verdade, aí temos de ter o discernimento para sairmos, pois este tipo de saída não é desistência, mas uma ação inteligente, tomada por alguém que foi capaz de perceber que “há tempo para todo propósito debaixo do céu”.